terça-feira, 8 de setembro de 2009

Gilberto e Gilmar - Cabocla Tereza

Estrada da vida ao vivo no programa terra nativa

Vestido de Seda - Teodoro e Sampaio & Chitãozinho e Xororó

Paixão Proibida - Teodoro e Sampaio & Chico Rey e Paraná

Meu Velho Pai - Leo Canhoto e Robertinho

Participação de Léo Canhoto e Robertinho no programa "Viola Minha Viola" apresentação de Inezita Barroso na TV Cultura. Visite o site oficial da dupla: www.leocanhotoerobertinho.com.br

Biografia As Galvão


Sapesal, uma pequena cidade do interior de São Paulo, abrigava Bertholdo e Maria, um casal de artesãos, ele alfaiate, ela costureira. Durante os serões para a entrega da costura, cantavam para alegrar a vida, e, aos domingos e feriados, dividiam sua alegria com toda a cidade, organizando festas e serestas. Viravam a noite em rodas de violeiros e cantadores, fazendo o povo feliz. Foi nesse ambiente musical que nasceu a dupla. Mary Zuil nasceu em Ourinhos-SP e Marilene nasceu em Palmital-SP. Aos 5 anos Mary, de tanto ouvir os cantores, começou seus primeiros "ensaios". Tinha uma voz privilegiada, entusiasmando os habitantes da pequena cidade, que insistiam para que Bertholdo a mostrasse como presente, alegrando os que a ouviam. Graças a tanta insistência, ele ensaiava a filha e em 1946, com 6 anos, Mary levada por Mário Pavanelli (Marinho), começou a cantar músicas de sucesso, aos domingos, na Rádio Club Marconi, de Paraguaçu Paulista, em um programa apresentado por Sidney Caldini.
Um dia, quando ensaiava para o programa, Marilene, sem que ninguém tivesse planejado, entrou cantando em dueto. Mais uma vez o pessoal da cidade entra em cena e incentiva seu Bertholdo a apresentá-las como dupla. Assim começou a carreira de Mary e Marilene: cantando na mesma rádio Club, em horário nobre e já fazendo parte de um elenco de profissionais. Tinham apenas 7 e 5 anos, respectivamente, e o nome artístico de Irmãs Galvão. Por causa do grande sucesso, a família muda-se para uma cidade maior: Assis. Contratadas pela Rádio Difusora, Assis foi um trampolim para a Rádio Cultura de Maringá, no Paraná, em que tiveram um programa exclusivo. Nos shows que a emissora promovia com gente famosa de São Paulo sempre mostravam a dupla, para ser conhecida. Como costumava acontecer, incentivavam o pai a levá-las para São Paulo, pois lá estaria a oportunidade de gravarem um disco.
Mais uma vez, com a cabeça cheia de sonhos, ele vende tudo e migra para São Paulo, investindo na carreira das filhas. Lá chegando, munido de uma carta de recomendação do Dr. Miguel Leuzzi, dono de uma Rede de Emissoras, vão até a Rádio Piratininga. O diretor, quando viu duas menininhas, não quis ouvi-las, mas Bertholdo, confiando no talendo das filhas, inscreveu-as num programa de calouros da emissora chamado Torre de Babel, sucesso apresentado por Salomão Esper. Elas não puderam concorrer ao prêmio porque o programa era de adultos, porém, comovido com as pequeninas, Salomão perguntou se apenas queriam cantar. "Foi isso que viemos fazer", responderam. "Então cantem", disse ele, e a dupla não conseguiu cantar apenas uma música. Vieram outra, outra e mais outras, encantando a todos, inclusive ao próprio diretor, que não as recebera. Tinham então 12 e 10 anos, e, a partir daí, foram contratadas como profissionais. Quando a Rádio Nacional, hoje Globo, as ouviu, cobriu a oferta da Piratininga e contratou-as para um programa de auditório. Em seguida, veio a contratação pela Rádio Bandeirantes, para um programa comandado pelo Comendador Biguá, que se apaixonou pela dupla. Era o famoso Na Serra da Mantiqueira. Na mesma época apresentaram-se no Brasil Caboclo, comandado pelo Capitão Barduíno, campeão de audiência no Brasil. Recebiam correspondência de todo o país.
Um dia, ouvindo o programa, Diogo Mulero, o "Palmeira", diretor artístico da RCA Victor, descobriu-as. Saiu de casa bem cedo, procurou-as, apresentou-se e ofereceu-lhes uma gravação de disco, levando-as para o Rio de Janeiro, onde gravaram o primeiro 78 rotações. Em seguida, vieram os compactos, LPs e atualmente os CDs. Ficaram na RCA por mais de 20 anos. Fizeram shows em todo o Brasil, ganharam o Troféu Oceania da UASP (União dos Artistas Sertanejos Paulistas), prêmios de interpretação em festivais, Disco de Ouro com a música No Calor dos Teus Abraços e o Prêmio Sharp com Lembranças, como o disco do ano, produzido por Paulo de Betio e Mário Campanha. Em 2002 receberam a Medalha de Ouro do Grammy Latino de Los Angeles com o CD Nóis e a Viola, na categoria Melhor Álbum de Música Regional ou Raiz, e também o Prêmio Caras de Música, como a melhor dupla, além de muitos outros. Cantaram em circo, pois na época a música sertaneja era muito discriminada, mas, segundo elas, "feliz aquele que teve contato com o circo, onde se sente a emoção no seu estado mais puro". Raramente eram convidadas para clubes famosos, que abriam exceção apenas durante as festas juninas. Então, contrariando o que se esperava delas, vestiam suas melhores roupas, ditavam moda e cantavam o melhor do nosso sertanejo, para mudar o conceito de "não-chique". Eram convictas de que "o caipira tem categoria, tem sua história e não se veste em andrajos, pois respeita seus vizinhos e para as festas veste sua melhor fatiota, fica bonito de se ver". Mostravam que isso é um conceito deteriorado, que elas empenharam uma vida para mudar. Depois, com o advento da televisão, mais dificuldades: o veículo não dava abertura para a música sertaneja. Enfrentaram a batalha, pisaram forte e mostraram o que era a música caipira, até que Geraldo Meirelles estreou na TV Cultura o programa Canta Viola, exclusivamente sertanejo. Lá cantavam elas, Cascatinha e Inhana, Raul Torres e Florêncio, Nhá Barbina, Cinco Sertanejos e a nata da música raiz, que ficou ao lado do apresentador e se empelhou em mostrar tudo que sabia. Contrariando as expectativas, a atração obteve uma grande audiência e permaneceu muito tempo em cartaz. Depois dele vieram outros programas como Viola Minha Viola, a princípio conduzido por Moraes Sarmento e Nonô Basílio e depois por Inezita Barroso, que mostra o melhor da música raiz e está até hoje na TV Cultura, com grande audiência; Rolando Boldrin, substituído por Lima Duarte, na TV Globo, com o Som Brasil; Marcelo Costa com o Especial Sertanejo, na TV Record. O SBT também excursionou pelas trilhas do sertanejo, com o programa Musicamp, comandado por Sérgio Chapelain e Cristina Rocha, por onde passou o melhor da música raiz. E as Irmãs Galvão sempre foram convidadas para o primeiro programa. Foi a partir daí que a música sertaneja, a raiz, a catira e o pagode caipira ficaram fazendo parte do cancioneiro brasileiro, sendo até mais executada que a música popular. No Estádio Municipal do Pacaembu, foi comemorado o cinquentenário da música sertaneja, e nele desfilou todas as duplas, em um espetáculo maravilhoso, com vários apresentadores, entre eles Zé Bétio, José Russo, Carlito Martins e Geraldo Meirelles.
Em 1986 o Maestro-Arranjador Mário Campanha entra em cena e começa a produzir os discos das Irmãs Galvão. Revolucionam a música sertaneja, ganham o Disco de Ouro com a lambada No Calor dos Teus Abraços e continuam a gravar, fazer shows, passando a se apresentar na TV como As Galvão, conhecidas e respeitadas no Brasil inteiro e com músicas tocadas em Portugal, no Canadá e na Suíça.
No currículo, a dupla tem 66 discos gravados, além de discos de ouro e platina e prêmios importantes da música nacional, que guarda com muito carinho. A mais antiga dupla feminina em atividade no Brasil, As Galvão estão com todo o gás, fazendo shows pelo país.
Mesmo depois de tantas experiências, confessam ainda sentir as pernas bambas e frio no estômago antes de entrar no palco, pois nunca têm certeza do que o público espera delas. Sabem da responsabilidade de dar o melhor de si. Nunca deixaram de cantar, não importando o número de pessoas na platéia, pois o respeito a quem foi assisti-las é o que conta. Inciada a primeira música, já intuem o que o público quer e então é ele que passa a ser o diretor musical do show. É conversando com o público que elas se emocionam; é ouvindo suas histórias ou a história de como alguma música cantada por elas foi palco para seus romances; ou da paixão que algum ente querido lhes dedica.
O que lhes falta? "Papai na primeira fila" (embora ele esteja em suas memórias), "ver o nosso povo feliz" e concretizar o sonho de Dª Maria de vê-las totalmente consagradas como Ícones da Música Sertaneja. É certo que muitos já as consideram As Vozes do Século - título dado pelo comunicador da Rádio Tupi AM Toni Gomide, que apresenta o programa Abrindo o Baú, no quado intitulado As Vozes do Século, "As Galvão".
O que as entristece? Quando nas escolas mostram o caipira vestido em andrajos e americanizam as festas juninas, que deveriam ser tipicamente brasileiras, com quadrilhas, etc. "Isto faz com que nós, brasileiros, comecemos a perder nossa identidade caipira", dizem.
Qual é o lema d'As Galvão?: "Através do amor modificaremos o mundo".

Liu e Léu Cantam Ipê Florido

Tonico e Tinoco - Tristeza do Jeca

Gravação caseira de Tião Carreiro e Pardinho, feita em 1991 numa churrascaria em Ituiutaba - MG

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